sábado, 31 de agosto de 2013

Sobre o Çairé


O Festival do Çairé é uma festividade de caráter religioso introduzido nas missões religiosas da Amazônia pelos jesuítas, no século XVII.
O primeiro Çairé que se tem notícia foi organizado pelo Padre João Maria Gorzoni na aldeia dos Tapajós. Posteriormente foi levado para outras missões, havendo notícia da realização do Çairé nas Missões de Santo Inácio, São José, Nossa Senhora da Purificação (ou da Saúde) e Nossa Senhora da Assunção, ambas no rio Tapajós, bem como em Gurupatuba, no rio Amazonas.
Sobrevive hoje o Festival do Çairé na Vila de Alter do Chão, fundada Missão de Nossa Senhora da Purificação, na aldeia dos índios Boraris, em 1738.
Em 1943, Çairé foi suprimida por ordem dos religiosos franciscanos. Voltou a acontecer na década de 1970, já desprovida de seu caráter religioso original.
O Festival do Çairé festejado no mês de setembro com um ritual religioso, durante o dia, culminando com a cerimônia da noite, quando são feitas ladainhas e rezas. Depois, vem a parte profana da festa, com shows artísticos e apresentações de danças típicas e pelo confronto dos botos Tucuxi e Cor de Rosa, ponto alto da comemoração.
Ao longo dos anos, o Sairé foi ganhando novos contornos, com outros valores folclóricos sendo acrescentados pelos moradores de Alter do Chão, que descendem dos índios Borari. Carimbó, puxirum, lundu, camelu, desfeiteira, lundu, valsa da ponta do lenço, marambiré, quadrilha, cruzador tupi, macucauá, cecuiara e outras que marcam a riqueza de ritmos e a cultura da festa.
No Festival do Çairé os elementos religiosos e profanos caminham lado a lado. Ela começa no hasteamento de dois mastros enfeitados, seguido de ritual religioso e danças folclóricas desempenhadas pelos moradores da vila. No último dia, sempre uma segunda-feira, ocorrem a "varrição da festa", a derrubada dos mastros, o marabaixo, a quebra-macaxeira e a "cecuiara", espécie de almoço de confraternização. A programação termina à noite, com a festa dos barraqueiros.

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